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O Elo Perdido da Moda

Há alguns anos atrás, menos de 80, nossas roupas eram feitas sob medida pela costureira do bairro. Funcionava assim: Algum costureiro (a) super famoso, tipo Coco Chanel, desenhavas as peças e elas eram replicadas no resto do mundo. Aqui no Brasil essas modelagens vinham através de revistas especializadas e costureiras locais reproduziam isso para suas clientes. Esse processo demorava dias e as pessoas só compravam roupas novas quando realmente precisavam. E viviam bem assim.

Como as coisas mudaram tão rápido?

Hoje em dia a gente quer tudo para ontem, o ritmo de vida é muito mais rápido e isso refletiu na moda também.

Mas uma coisa importante ficou para trás.

Não são maquinas que costuram nossas roupas (ainda), são pessoas igual nós, que tem sentimentos, desejos, sonhos e vontades. Pessoas que não conhecemos, que nunca conversamos. Por algum motivo o contato com essas pessoas se perdeu, o elo que nos liga a essas pessoas está partido.

Sabe porque? Porque na maioria das vezes elas estão escondidas, em países distantes ou bem de baixo do nosso nariz em confecções informais, compostas por imigrantes (geralmente bolivianos), que não tem nem permissão para sair de casa. Estão escondidos para a gente não ver a infelicidade e o cansaço estampados na cara delas. Mas isso pode mudar!

Convido a todos que estão lendo isso que se perguntem "Quem fez minhas roupas?" e perguntem a mesma coisa a suas marcas preferidas, porque elas tem a obrigação de cuidar do bem estar e saúde de seus funcionários. Então cobrem, cobrem mesmo. Vocês tem o direito de saber o que acontece na industria!

Porque essa pergunta é importante?

Nesse sábado eu fui no evento do Fashion Revolution e foi de lá que tirei a inspiração para escrever esse texto. Lá foi discutido o trabalho escravo no Brasil em comparação com as novas cooperativas que estão surgindo.

De um lado as pessoas não tem autonomia, não conseguem se desvincular porque não tem para onde ir, não conseguem outro emprego por serem estrangeiros e recebem muito pouco por peça (mulheres costumam receber metade do que os homens recebem); E do outro lado tem mulheres, brasileiras, se juntando para fazer um bom trabalho, que podem dizer não quando é necessário e cobram o valor que é bom para todas, de forma horizontal, sem hierarquia e poder controlado.

O que você prefere?

Pagar mais por uma peça que foi costurada de maneira justa, sem exploração, e ter menos, ou pagar pouco por uma peça que veio de trabalho análogo a escravidão e ter muito?

Lembrando que tem muita roupa cara por aí que foram feitas em confecções informais. Então vamos ficar de olhos bem abertos para só apoiar quem faz o bem!

A partir do momento que estabelecermos mais uma vez esse elo a moda vai ser mais justa para todos!

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